Dia de soltar

Essa foi uma semana legal. Uma semana de soltar. Uma semana de estourar. Uma semana de sepultar.

Peguei uma daquelas gripes que só tenho umas duas vezes por ano, quando não tomo a vacina. Apesar de ter tomado no ano passado, enfim…e cama. Desde terça-feira a noite estou volitando no meu apartamento ligada só no stand by.

Mas a vida, ah essa safadinha, não está interessada se você está doente e precisa de cama. A gata quer colo, comida e uma caixa de areia limpas. Os pacientes querem atendimentos, apesar de ter desmarcado muitos. O amor precisa de resolução, a cabeça precisa de ferro, fósforo e zinco. Até para a minha mãe apelei, coisa que não costumo fazer.

Mas doença faz a gente pensar. Parar e pensar. Enquanto saia uma quantidade nojenta de catarro do meu nariz e uma coriza que não me deixava respirar, eu pensava no que eu precisava soltar. E como o meu inconsciente é treinado por ano a fio, ele já me falou logo.

Começou a briga. Por que sim, por que não. Prós, contras. Coração versus razão. A briga ficou tão feia que envolveu todo mundo, incluindo o envolvido que não sabia o que estava acontecendo. Mas aí, em determinado momento, uma luz se acendeu. A resposta veio clara como um raio e a vontade também. O desejo por ele foi substituído pelo desejo pela paz. E, por mais que eu queira entender o outro, tem horas que simplesmente não dá.

Optei pelo plano B. Um plano gostoso, simples e fácil. Que eu sei onde começa, qual é o meio e onde, possivelmente, vai terminar. E estou aqui, nessa paz, meio ansiosa para tudo começar. Mas feliz.

Às vezes, tudo o que precisamos é soltar. A coriza, o catarro, os problemas não resolvidos, e as pessoas não resolvidas. Precisamos, nós mesmos, colocar um ponto final no que não está aceitando ser finito. Repetindo, sempre, para mim mesma: sou um espírito eterno. Já rodei e ainda vou rodar muita bolsa, não se apega. Eita exercício do cão que eu escolhi como carma.

Não é fácil e nem tão engraçadinho como esse texto. Lá no fundo de mim ainda dói. Não dói como antes. Essa talvez seja a “dor certa”. Uma medida de dor que dói, mas não flagela. Que não destrói a gente. Estou focando, todo os dias, no que eu tenho, e não no que eu não tenho. Estou seguindo em frente.

Telefones devidamente apagados da agenda. Sensações virando memórias cada vez mais distantes. Uma imagem que muda tudo. Para sempre. Uma escolha que não foi minha antes, mas que agora é. Totalmente minha.

Ai que delícia (e solto até um suspiro quando falo isso) é escolher. É ter o poder de escolher. Isso é rir por último. E quem ri por último, ri melhor.

P.S Vou colocar aqui, junto com os posts, uma meditação do livro de Robin Norwood – Meditações diárias para mulheres que amam demais – todos os dias. Vamos pensar:

Querer ajudar e querer punir são reações independentes.

 

Publicado por Andrea Pavlo

Analista junguiana, taróloga e mentora.

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