Em 2013 eu me apaixonei. Pela milésima vez, como é de praxe de toda boa co-dependente. Naquela época eu ainda misturava amor com a dependencia, então era aquela coisa doida, desesperada e óbvio, improvável de dar certo. Esse “amor” era platônico, alguém que eu achava incrível mas que não estava nem um pouco a fim de um relacionamento. Pelo menos não comigo.
Eu vinha de anos de trabalho árduo e problemas – além de ter dado por encerrado um amor do passado que custou a desaparecer do coração – que tinham me rendido muito quilos e pouca autoestima. Eu ainda relacionava autoestima com estar magra e amor com ser magra. Um homem jamais poderia me amar “daquele jeito”. “Homem não gosta de mulher gorda” era a frase predileta da minha mãe. Mas, nessa época, eu quis mudar tudo isso.
Como? Primeiro, claro, uma dieta. Sim, um erro horrível, mas fazer o que? Eu tinha uma festa em que veria ele em maio, então em janeiro comecei uma dieta Dukan e academia. Eu fazia a aula de hidroginástica pensando nele, para conseguir terminar a aula e não sair carregada pelos paramédicos da piscina. Eu comia só proteinas puras (a famosa PP) todos os dias da semana. Em maio, eu tinha perdido 14 quilos. Fui ao cabeleireiro, fiz algumas luzes e decidi usar o cabelo em ondas, como a Marilyn Monroe. Se eu queria resgatar a mulher sensual em mim e conquistar o bofe, precisava disso. No dia da festa, assim que entrei pela porta, o que eu ouvi foi um “nossa, como você está linda” dele, que logo ficou sem graça e nunca mais falou comigo.
A coisa boa foi que receber um elogio me fez muito bem e, a partir dali, eu decidi investir. “Serei uma mulher sensual. Quero ser a bonita e não a inteligente” como tinha sido decidido na minha infância. Comecei a procurar um jeito que fosse só meu, um cabelo que me representasse, uma maquiagem – até fui trabalhar na Mary Kay na época – coisas que tinham a ver comigo. Ainda que eu tivesse demorado a entender que beleza não tinha a ver com peso e ser atraente muito menos, estava no caminho certo.
Decidi então fazer algumas fotos. Eu queria uma representação da mulher sensual em um quadro e fiz o Dia de Modelo, com a Renata Posus, pela segunda vez – o ensaio sensual. Ela, a mulher linda que eu sou, estava finalmente aparecendo e, ao longo destes quatro anos, ela floresceu de vez.

Construir isso não é fácil. Não é um processo “do dia para a noite”. Não acontece se você só lê um livro ou faz algumas fotos. Fiz muitas fotos, muitos cursos, muitas imersões em mim mesma. Vivi um relacionamento – não do moço da festa – que me despertoou a sexualidade novamente. Sofri que nem o cão, mas ganhei isso. Enfim… e durante todo esse período sempre quis fazer um ensaio sensual, mas chique, parisiense e fino, como eu sei que é a minha personalidade.
Aí a Suely Amorin publica em um grupo que precisa de cobaias para o novo projeto dela, Amora Photo, de retratos. Quando ela perguntou “pode ser clássico ou sensual” eu sabia. A construção da mulher estava completa. Com sucesso. E seria celebrada naquele ensaio. O ensaio está abaixo, com fotos de alta resolução. Mas só algumas. Aos poucos vou publicando as fotos no Instagram . É o final de um longo processo de amar o que se vê no espelho e ser a pessoa que eu nasci para ser. Espero que gostem e se inspirem. Toda mulher é uma rainha!
Fotografia: @amoraphoto1
Beleza: @polyaciolle da @athom.e
Produção de moda: Andrea Pavlovitsch
bela história gostaria muito de ter esse start na minha vida , vivi algo similar mas não somente com a aparecia , além de ser gorda tenho dislexia, e problemas nos 2 joelhos, sempre ouço que exercícios ajudam a melhorar a auto estima e melhora o humor mas não encontrei algum que eu possa fazer e não sentir dor , dizem tb que leitura ajuda , mas ler é um desafio nem sei mais o que fazer… mas é bom saber de pessoas que superaram,,,
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Oi Ana, por mais que essas coisas ajudem de fato, existem coisas que podem te ajudar que são pra você. Ou seja, encontre coisas que ame fazer e que possa fazer. Existem muitas coisas fora exercícios aeróbicos ou leitura. Exercícios na água, por exemplo, não afetam os joelhos. Ou apenas estar na água, boiar, por exemplo, Nada é bom para todo mundo. Encontre o seu jeito de ser feliz e se expressar. E obrigada pelo seu comentário.
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