Keep walking

Se eu for fazer um resumo do que andou acontecendo na minha vida estes últimos meses…serio, vocês tão com tempo? Porque a coisa foi feia.

Tudo começou em julho, com uma sequência de três sonhos. No primeiro, eu e meu então noivo estávamos sentados na frente de uma praia. Mas estávamos atrás de um tipo de vidro, observando essa praia. Era uma praia bem pequena, com muita rochas e uma areia bastante dourada. De repente um monte de lixo começou a aparecer na praia, vindo do mar. Eu e ele ficamos olhando e eu disse: Sim, era a hora de todo o lixo sair.

No segundo sonho, estávamos ele e eu andando de mãos dadas em uma rua de uma praia. Não via a água ou a areia, mas sabia que era um local de praia. De repente, passou um tsunami por nós. Uma onda muito forte que veio por trás, nos pegou distraídos e nos levou para longe. Ainda tive tempo de ver ele e eu, separados e tontos da porrada..

Teve um terceiro sonho. Agora ele me foge à memória, mas era outro dessa sequencia. A diferença é que, nesse terceiro, ele já não estava mais comigo.

E hoje, seis meses depois estou, adivinhem…morando na praia.

Na realidade a sequencia estava me avisando que uma grande mudança vinha. Mas eu estava, sério, morrendo de medo. No final, sim, foi para melhor, mas o momento antes da tempestade é sempre o pior, não é mesmo? O relacionamento acabou logo depois da sequência de sonhos. O casamento foi cancelado antes mesmo da relação e eu acabei conseguindo trabalho no litoral de São Paulo, largando tudo, e vindo morar na praia.

E aí a gente se pergunta, mas por que Andrea, por que essas coisas acontecem? Simples, porque eu mudei. Mudei demais, mudei por dentro. No primeiro sonho era todo o lixo que parava de fazer sentido dentro de mim. Era tudo o que precisava ser exposto e que eu me negava a olhar. No segundo e no terceiro sonhos, as consequências da minha consciência. O que eu faria com aquilo tudo? Eu só tinha um caminho: mudar.

E a mudança foi tão, tão profunda e mal me reconheço. Não, não me sinto fora de mim, muito pelo contrário. Me sentia fora de mim ali, naquelas ocasiões todas em que precisava ser uma pessoa diferente de quem eu sou. Eu não tinha certeza de nada, ia com a maré, literalmente. Deixava a vida me levar e estava, na realidade, escorada numa gaiola dourada e numa zona de conforto que, com certeza, me trariam problemas homéricos no futuro. Mas eu precisei desviar do caminho. Me envolver em coisas que eu jamais me envolveria, porque eu precisava limpar o lixo, cair e levantar. E hoje, estou em pé, de salto e com uma bela escova no cabelo.

O Gasparetto dizia que você nunca ganha da vida. Ela sempre vai te levar para o caminho que ela quer, e não para o que você quer. Então, eu simplesmente aceitei. E fiz (e ainda estou fazendo) o que é preciso. Não o que é mais legal, mais fácil, mas o que é preciso. Eu penso na minha vida, no meu futuro, na vida de deusa que eu sempre desejei. No meu lugar no Olimpo que eu tanto mereço. E sim, essa vida passa por uma qualidade de vida melhor. Passa por menos peso (ainda perdi 10 quilos no processo), por aprender a guardar dinheiro (conseguir também guardar um pouco) e fechar a minha grande e carente boca de outrora. Tudo isso me trouxe para mim e para as pessoas que sempre fizeram sentido para mim. É isso, ou nada. É dá ou desce. É a vida dando o seu recado.

Publicado por Andrea Pavlo

Analista junguiana, taróloga e mentora.

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