Estou na praia. Na minha nova vida. Com novas pessoas, novos caminhos e novos desafios. E por mais que eu tenha – literalmente – deixado tudo para trás, alguns dos fantasmas ainda voltam, em dias chuvosos como hoje, a me atormentar.
E sinto que esse é um movimento bem normal. Normal de quem resolveu viver uma vida de Deusa, uma vida plena e completa, com direito a tudo o que realmente faz sentido. O meu lado “ontem”, aquele que ainda vivia preso ao passado, fazendo papel de vítima, ainda existe. E é meu papel sentar, olhar bem nos olhinhos dela e perguntar “O que foi?”
Tristeza só se sente do que se viveu. E se viveu muito, e forte, e completamente. Tão completamente que gerou a mudança. Sei que é um estado temporário – ela dura cada vez menos, traz cada vez menos lembranças e demora bem para voltar – mas ainda não foi completamente digerida pelo meu estômago e intestinos. Mas eles são fortes, sabem o que fazer com o passado. Deglutir, engolir, jogar um ácido. Transformar numa energia para o que precisa ser feito no hoje, no agora. Virar algo novo, reciclado, refeito.
Ainda estou organizando isso internamente. Mas cada vez mais firme nos meus propósitos. É difícil simplesmente encarar seus desafios internos e viver a vida que se desejou viver. E quem e que isso realmente representa. Mas ainda não é tempo de novas mudanças, mas de aceitar e ajeitar as antigas. De fazer uma máscara de hidratação no cabelo e ler mais um capítulo de um novo livro. Aqueles novos aprendizados e ensinamentos, aquela eterna escola da vida.